30 julho 2013

chegou a casa ao fim de três meses...



 em maio tive um dia triste... desde então passamos dias seguidos a acordar bem cedo. bem antes do galo cantar. e porquê? para passear pelas ruas perto de casa a cantarolar a linguagem das rolas. e para quê? para tentamos chamar o nosso rolo que foi largado sem querer porque um pé tropeçou num tapete. e por isto ter acontecido andámos nós a passear pelas ruas perto de casa a cantarolar a linguagem das rolas. mas não tínhamos a resposta que queríamos! 

 um rolo ainda nos enganou pela semelhança e nós cá em baixo cantávamos para ele e insistíamos sobretudo porque nos olhava com atenção. lá no alto de um candeeiro da rua ele espreitava com muita curiosidade. cá em baixo nós cantávamos de novo. lá em cima ele devia estar a rir-se de nós... e quem mais viesse à janela para espreitar de perto que rolas estranhas eram aquelas que cantavam tão cedo pela manhã. entretanto voltamos a cantar. estivemos assim convencidas que o tínhamos encontrado durante largos minutos. quando ele lá decidiu cantar todo entusiasmado em resposta nós em segundos demos meia volta e regressamos a casa. não era definitivamente ele. hoje penso. coitado daquele rolo. abriu o bico para cantar e nós começamos logo a andar dali para fora! deve ter ficado a pensar que cantava mesmo mal. nada disso. apenas não era o nosso e já lhe tínhamos dedicado muita cantoria naquela manhã. 

 depois desse dia veio chuva. chegou o vento. chegou o frio em pleno mês de maio e eu preocupada em casa com o nosso rolo lá fora. nasceu aqui em casa e por cá esteve durante quinze anos. há quase três meses que estava lá fora sozinho. quer dizer. não sabíamos se ainda estaria lá por fora. 

 regressada dos Elementos à Solta tinha um rolo aqui em casa. olhei para ele e fiquei com a sensação que estava a olhar para o nosso rolo mas estava irreconhecível! muito debilitado. sem cauda. sem um dedo na pata. desidratado. depenado (malditas rolas bravas!) e naquele estado compreendi como tinha chegado até aqui perto de casa... a caminhar pela calçada rua abaixo. o que importa é que está de volta. agora aos poucos vai recuperando, afinal foram quase três meses lá fora sozinho. por estes dias já começou a cantarolar em resposta  e eu todos os dias pela manhã lhe desejo os bons dias na linguagem das rolas. qualquer dia tenho-o de novo a fazer sapateado com as patinhas em cima da minha cabeça. 

 chegou a casa ao fim de três meses lá fora.

22 julho 2013

Elementos à Solta'13 I regresso a casa


 regressada a casa, aos amigos, à minha azeitona, à minha cidade... e porque trago a aldeia, os amigos e a serra comigo passo os segundos, os minutos e as horas ansiosa para partilhar os meus apontamentos desta 8ª Edição dos Elementos à Solta'13. pela primeira vez, a aldeia respirou a simbiose Arte & Música & Natureza durante uma semana inteira (de nove dias!). eu tive o privilégio de habitar a aldeia da Cerdeira, não apenas com algumas das minhas peças, mas dormir e acordar neste cenário extraordinariamente fantástico. o acordar com os pássaros e a presença constante da água e a sua melodia. o adormecer com a lua que abraçava a serra com o mistério da neblina branca e fresca e a luz mágica do primeiro pirilampo que vi ao vivo bem pertinho do meu nariz! o privilégio de voltar a reencontrar amigos e de conhecer novos projectos e os rostos das pessoas por detrás deles. nesta 8ª Edição dos Elementos à Solta o tema foi IMAGINE e muita coisa nova aconteceu... estou certa que se todos continuarem a se envolver de alma e coração nesta iniciativa, podemos continuar a dar a conhecer os projectos de Arte e Música que se criam nesta TERRA a que todos estamos ligados. até para o ano. *

20 julho 2013

Sonhos às Pintas Vermelhas I CERDEIRA


 o Projecto Sonhos às Pintas Vermelhas habita uma das casas da Aldeia, nomeadamente a Casa da Janela. desta exacta janela, as almofadas ilustradas por Helena Zália e Vânia Kosta espreitam as pessoas que passeiam pelos caminhos que sobem e descem a pequena e belíssima Aldeia da Cerdeira. integrada no 8º Encontro e Artes dos Elementos à Solta, esta Instalação Têxtil / Video / Som tem encantado todos os visitantes. 

08 julho 2013

Elementos à Solta'13 I Cerdeira

a Natureza abraça a Aldeia 
... e ela transforma-se numa Galeria de Arte

[13 a 21 de Julho'13, Elementos à Solta na Aldeia do Xisto da Cerdeira, Serra da Lousã]



 IMAGINE uma aldeia serrana paradisíaca. IMAGINE a tranquilidade, a brisa fresca, a vegetação, as sombras, o rio… Agora IMAGINE essa aldeia povoada com ARTE e artistas. E então, IMAGINA-se a fazer parte dela?

 Esta é a Cerdeira, a Aldeia do Xisto que uma vez por ano se transforma numa galeria de arte ao ar livre. E IMAGINE é o tema da 8ª edição dos Elementos À Solta – Art meets Nature. De 13 a 21 de Julho acontecem exposições, palestras, teatro, workshops, música e convívio na Serra da Lousã.

 Este ano, a festa inaugura com «Palestras à Sombra da Cerejeira», onde a CRIATIVIDADE vai ter destaque; com António Victorino d’ Almeida, músico que sobe a serra para partilhar a sua imaginação connosco; e com Lightpainting que ousa, IMAGINE, transformar a aldeia numa tela.

 Esteja, ainda, atento às Marionetas de Mandrágora e às exposições que habitam a aldeia. E participe nos diversos workshops de madeira, cerâmica e têxtil que temos disponíveis para si.

 Destacamos, também, a estreia da residência artística «Pedra Contida» com cinco músicos, na recente Casa das Artes, que encerrarão os Elementos À Solta com um concerto onde nos apresentam o resultado deste momento de criação colectiva. (texto: Cerdeira Art & Craft)




(imagem. Machado Handmade)

01 julho 2013

Feira à Moda Antiga I AMARANTE


 aconteceu este fim de semana em Amarante a segunda Feira à Moda Antiga. uma iniciativa do comercio tradicional e de tantos outros rostos da comunidade que abraçam esta iniciativa. um momento do antigamente que é recriado na cidade e que chama cada vez mais gentes de terras vizinhas e surpreende alguns visitantes internacionais. objectos que encantam pelas tantas histórias que nos poderiam contar... à porta dos estabelecimentos, na praça, nas ruelas, nas janelas, nas portas, nas montras... tantos e tão bonitos. alguns rostos chegam a dar voz a estes objectos pelas histórias que contam.... tantas as memórias partilhadas. andei pelas ruas a fazer alguns apontamentos. o entusiasmo, a música era partilhada por todos e de vez em quando tinha de me desviar porque lá vinham as bicicletas a todo o vapor rua adentro... tudo aconteceu como noutros tempos, pouco habitual nos tempos de hoje.