os jardins da cidade respiram primavera...

e as azEitOnAs também. estas já andaram a saltitar nos canteiros das flores da vizinha.

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criação. azeitona
(com texto bordado "aqui chegou a Primavera")

esta casa respira primavera...

num passeio pelas ruas da cidade não resisti a este apontamento.

pelas ruas da cidade...

num passeio pelas ruas de viana do castelo... e uma simpática conversa numa loja alegremente recheada de fantoches e marionetas. e descobri um pinóquio do tamanho de gente de verdade sentado num banco no fundo da loja. reconheci o seu olhar azul brilhante. o “senhor Gepetto” que trabalhou na sua silhueta já me tinha apresentado este personagem de madeira há uns anos atrás.

Mercado da Primavera I Museu de Arte Popular

... e os meus personagens de pano também vão lá estar! primeira viajem do ano. e eles estão em pulgas para saltar para as malas com destino a Lisboa. cheira a primavera.

no dia do casamento dos pássaros... (19 de março, também dia do pai)

 no dia em que os pássaros se casam o sol deveria brilhar para celebrar esta união. e foi assim durante o dia. a manhã sorriu timidamente. o brilho dos primeiros raios de luz entraram pela janelaAdEntrO. à medida que despertava, conseguia distinguir cada vez melhor o chilrear dos pássaros lá fora. concentrei-me apenas nesse som e quase era capaz de escutar o bater das assas de cada um deles à medida que saltitavam do peitoril da janela para o canto do telhado. daquele ramo despido para o fio do estendal da roupa. a esta melodia juntavam-se outros cantares. parece que os pardais da vizinhança resolveram juntar-se a este concerto pela manhã. o rolo aqui dentro tentava acompanhar a cantoria. a ele juntaram-se outros rolos e rolas bravas. de súbito, esta melodia é interrompida pelo som de uma persiana que abre bruscamente. a vizinha deve ter acordado também com tanta cantoria. eu continuo na cama a embalar-me pelo cantar dos pássaros. gostaria de entender a sua linguagem. coberta até à cabeça, no quente destes lençóis deixo-me vencer pela vontade de continuar aqui deitada a ouvir esta melodia pela manhã. que bela forma de acordar. a azeitona escutou também que algo lá fora se passava. saltou para a cama a miar. despertou-me deste encantamento e por fim levantei-me. a melodia continuou lá fora. minutos depois, deixei algumas migalhas de pão no peitoril da janela como forma de agradecimento deste belíssimo concerto à janela. se todas as manhãs começassem assim.  

 durante o dia observei muitos pardais, rolas, pombos, um rabirruivo-preto, uma alvéola-branca. algumas espécies de pássaros. eles andaram de facto animados. várias cerimónias de união devem ter realizado. alguns poderiam levar flores no bico para as suas amadas. outros alimento ou simples apontamentos da natureza. tantos presentes entregues. tantos presentes recebidos. eu encontrei este apontamento no jardim de casa depois de regressar com um saco de tangerinas acabadas de apanhar.

um dia como os outros...

todos os dias sai da sua casinha para esticar as suas asas. voa pela casa cumprimentando todos. e lá do alto, lá no alto do móvel, repleto de vaidade vai penteando as suas penas. hoje, voltou a fazer sapateado na minha cabeça. há muito que não fazia por isso fiz uma viagem pelo tempo. 

[o tempo em que eram dois cá em casa e um batalhão de periquitos coloridos. imaginar hoje a confusão que era dentro desta casa na hora em que os céus se abriam para a livre circulação de pequenos seres salpicados de verde, amarelo, azul e de tons creme faz-me desejar voltar a viver nesse tempo. um tempo de felicidade. mas o tempo passou. ela, a rolinha, partiu. os periquitos também já aqui não vivem. foi pelo natal que abri uma caixa de sapatos e lá estava ela. viveu connosco durante 19 anos (alguns não acreditam! mas é bem verdade. uma guerreira de asas. também ela fazia parte da família). durante muitos anos viveu solta no meu quarto (que se mantinha limpo porque tinha um lugar exacto para a sua higiene diária). passava o dia à janela a olhar a rua ou então deitada num cestinho de verga numa das prateleiras do meu móvel. parecia um boneco. quando estava eu na escrivaninha a desenhar ou a estudar, ela colocava-se sempre no meu ombro ou então recolhia-se ao meu lado na sua almofada. olhava-me de vez em quando e eu olhava-a também. parecia um gato de asas. agora que recordo isto até julgo que vivi um sonho, mas foi um sonho de verdade. tantas outras coisas poderia contar. uma lembrança que chegou. este apontamento também faz parte daquilo que fui, que sou e que de uma forma ou de outra se reflecte nas personagens de pano que hoje crio]

encomenda especial...

um pedido chegou até mim com gosto a saudade. “gostava de um apontamento de ternura para lembrar a minha querida avó nesse dia”... 

encontrei andorinhas no chão da cidade...

numa caminhada logo pela manhã passei, como em tantas outras vezes, nesta rua da cidade. já tinha reparado na calçada mas julgo que nunca a tinha visto desta forma. porque hoje parei e registei esse apontamento. e tantos outros pormenores espalhados pela cidade e pelos quais tantas vezes passei um dia bem perto e não os vi desta forma. alguns sei que existem e onde estão e um dia vou voltar a procurá-los. um dia... nesse outro dia vou olhá-los desta mesma forma e registar esse momento. [antes que por alguma razão um dia deixem simplesmente de existir e de ali estar]. hoje, fiz uma pausa. parei e olhei de outra forma. olhei desta forma. parei e registei este apontamento. duas andorinhas levam alimento ou simplesmente carinho às três andorinhas pequeninas que espreitam do seu ninho. quem por elas também passar, pare. escuta a cidade. 

[se nesse dia também tu parares junto delas, regista esse apontamento e envia para mim. vou gostar de partilhar aqui esse registo visto pelos olhos de outro alguém que num instante também despertou o olhar com este apontamento da cidade... e tantos outros por descobrir!]

pombos à janela...

ontém também esteve sol. e vejam quem quase entrou pela janelaAdentro. hoje o dia está mais cinzento e elas estão recolhidas em qualquer outro lugar da cidade.

uma banhoca na bacia azul...

aconteceu ontém aqui no terraço... (e eu não deixei escapar este apontamento) daria uma óptima primeira página do Diário do Minho de hoje mas paciência! :D ... e o sol continua. que fique connosco por muitos mais dias!

encomenda especial...

um pedido especial chegou com enorme entusiasmo até este lado. um mobile de criança. este teria de ter uma menina montada não numa lua, nem numa estrela, nem tão pouco num peixinho, mas sim numa joaninha muito, mas mesmo muito, cor-de-rosa.

Exposição Kerstin Thomas - Livraria Centésima Página

Dois apontamentos da exposição de Kerstin Thomas, “ as minhas vizinhas e outros contos da montanha”, que pode ser visitada até dia 31 de Março na Livraria Centésima Página, em Braga. [na última imagem. peça intitulada observatório]

estrada fora...

numa pesquisa o que fui descobrir! parece que a equipa “rotas e destinos” andaram aqui pela cidade. na rubrica “estrada fora” de janeiro deste ano, vieram passear pelas ruas da nossa cidade e não é que parece que se encontraram com os meus personagens de pano?

http://www.rotas.xl.pt/0111/400.shtml

no quarto do pequenito...

finalmente fui visitar os papás mais babados do momento e um pequenito que nasceu e que ainda sem dizer olá já estava no meu coração. num saquinho de papel levei um pequeno apontamento de ternura. contudo este não é o melhor registo mas aqui estou para partilhar este mobile de criança.